poesia "o homem ferramenta"

Há no mundo um homem ferramenta
Admirando uma chuva de limalha
Esmerilando o que contra-aparenta
A bolha de aço que se espalha

No seu calo de coturno de metal
Tecelando o noturno como um todo
Vai registrando a Cidade Industrial
E queimando um cigarro de eletrodo

O ruído que ele espera é o que sina
Do aço das guitarras que se rugem
Engrenagem da existência que rotina
Que ele engole em um copo de ferrugem

E serrota o inox que é dado
E respira o marrom que se espalha
E se brilha refletido acreditado
No produto que sua vida sempre talha

Geovano