Blog dedicated to the dissemination and discussion about art, music and culture and anti-culture of industrial cities and post industries.
Blog dedicado a divulgação e discussão sobre a arte, música e cultura e anti-cultura das localidades industrias e pós-industrias.
Os álbuns de Numan nunca bateram recordes de vendas, no entanto, ele é considerado um pioneiro da música eletrônica comercial. O uso de temas de ficção científica e, principalmente, sua combinação da energia da música punk com os recursos da eletrônica, influenciaram diversos artistas dos anos 1980.
Produzido em 1927 pelo cineasta austríaco Fritz Lang, o filme alemão é uma ficção científica que, por sinal, talvez tenha sido o primeiro (no mínimo, um dos primeiros) a abordar questões como a possibilidade de desumanização causada pelo uso e dependência excessiva de máquinas e em que há aparição de um homem-máquina (robô é denominação ainda inexistente na época).Ambientado no século XXI, o filme retratada a idéia de Lang (e de Thea Van Harbou, com quem viria a casar, autora do romance em que se baseou o filme, e co-autora do roteiro em parceria com Lang), de como seria a humanidade em 2016: uma divisão de classes em que a privilegiada viveria pomposamente e a dos trabalhadores viveria nos subsolos da cidade, trabalhando em turnos de 10 horas e escravizados pelas máquinas. Em meio à tanta amargura e miséria, a jovem Maria (nome que representa religiosidade) prega a fé de que um intermediador virá e os representará na reivindicação e obtenção de seus direitos. Tal intermediador surge na face do filho do único governante da cidade, que se apaixona por Maria. É colocada na máquina-homem já construída, a mando do governante, o rosto de Maria (que era vista como uma santa) e uma personalidade oposta a dela (representando os sete pecados capitais), de modo a ser plantada entre os trabalhadores em seu lugar para criar discórdia. Daí se desenvolve uma trama com direito a muitos efeitos especiais, que representam o máximo do “cinema de arquitetura” de Lang: cenários gigantescos representando os arranha-céus de Nova York, por exemplo. É até engraçado perceber o quão desenvolvido é o modo como ele representa a cidade com diversos viadutos suspensos, carros (até congestionamentos) e trens, e também reparar em pequenos detalhes, como os aviões retratados em estilo quase que de 14 Bis.A obra Metropolis é considerada por muitos o ápice do expressionismo alemão. O filme se destaca não só pelo seu enredo surpreendente na época e que, ainda hoje, se mantém atual, mas como pela capacidade incrível que tiveram em realizá-lo com tantos efeitos especiais. Ao assistir o filme, é preciso manter em mente o fato de que ele foi feito há mais de 80 anos. Na época, um fracasso de bilheterias que faliu a companhia de Lang, hoje, tem seu merecido reconhecimento. Quando se pensa em quando foi produzido, sem quase nenhum recurso (ainda não havia nem som nos filmes), percebe-se o quanto ele é genial. Cansativo para alguns devido a sua duração de 2h30min, é fácil entender porque não fez sucesso na época: a mente dos telespectadores não acompanhava o que hoje já é comum vermos, discutirmos e imaginarmos (ou até mesmo vivermos). O ponto mais alto do filme é a metáfora "O mediador entre a cabeça e as mãos deve ser o coração!", concretizada no final do filme; em algumas versões aparece de uma forma mais poética: "Entre a mente que planeja e as mãos que constroem deve haver um mediador... E este só pode ser o coração".Gottfried Huppertz foi quem escreveu o acompanhamento musical desse grande projeto de Lang. Diferentemente de como era comum na época, a música de Huppertz foi composta durante a produção do filme, e não depois. De modo que, teve muito tempo para realizar sua composição, o que proporcionou a ela excelente qualidade, reunindo elementos do romantismo tardio e do modernismo da época.